SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE VACINAS

Devo mesmo vacinar meu pet?

É imprescindível que você vacine o seu pet, porque algumas doenças que são adquiridas por cães e gatos são consideradas zoonoses, ou seja, transmissíveis para o humano. Portanto, vacinar animais domésticos é um ato de responsabilidade de pessoas preocupadas com saúde pública.

Existem, porém, vacinas que são essenciais e as vacinas que são opcionais. As vacinas essenciais são: a V8 e V10 (também conhecidas como múltiplas ou polivalentes); elas protegem os cães de doenças como cinomose, hepatite infecciosa canina, parvovirose, leptospirose, adenovirose, coronavirose e parainfluenza canina.

As vacinas essenciais para gatos são as que protegem contra o parvovírus felino (FPV), o calicivírus felino (FCV) e o herpesvírus felino 1 (FHV 1). Atenção redobrada para gatos adotados, ou resgatados na rua. É imprescindível que seja feito o exame de sorologia para detectar a presença do vírus da Aids felina (FIV) e Leucemia felina (Felv), antes do início da vacinação. A contaminação pelo vírus da raiva é considerada uma endemia (doença infecciosa que ocorre em certa época ou local), portanto a vacinação que combate a doença é essencial, tanto para cães, quanto para gatos. 


Atenção para algumas vacinas opcionais!

As principais vacinas opcionais são: contra a giárdia e a tosse canina. Atenção para as vacinas contra a leishmaniose, pois ela é considerada essencial em algumas localidades. Portanto, a responsabilidade é do tutor de saber, junto à prefeitura de sua cidade, se a vacina contra a leishmaniose é essencial, ou não. Não deixe de olhar com o médico veterinário qual a frequência da vacinação, pois existem algumas diferenças na periodicidade delas.

Mas o que tem na vacina? Ela faz mal?

Nos últimos anos temos sido bombardeados com informações falsas sobre o que são as vacinas, que causam preocupações nas pessoas, com razão. Mas a equipe médica veterinária da Clínica Veterinária Habitat ajuda a responder algumas dúvidas frequentes. A vacina é uma substância preparada em laboratório, que passa por diversos e rigorosos testes de segurança, bem como estudos clínicos, antes de ser aprovada para o uso.

As vacinas contêm diversos ingredientes, que ajudam a torná-la mais eficaz. Mais uma vez, elas são submetidas a diversos testes de segurança, até chegar a um ponto que esteja perfeito para a aplicação. O ingrediente principal de uma vacina é o antígeno. Podendo ele ser uma parte microscópica do organismo causador da doença, ou o organismo numa forma enfraquecida, ou inativada. Na vacina também se encontram conservantes, que impedem que ela seja contaminada no momento que o frasco é aberto. Algumas vacinas não contêm conservantes, pois estão dispostas em frascos de dose única.

Elas também contêm os estabilizadores. Que são substâncias que impedem que ocorram reações indesejadas dentro do frasco da vacina, bem como impedindo que os demais componentes ‘grudem’ na parte interna do recipiente. Esses estabilizadores podem ser compostos de açúcares, aminoácidos, gelatina ou proteínas (derivados de leveduras). Os surfactantes impedem que os ingredientes da vacina decantem, permitindo que ela fique misturada. 

O diluente não é nada além de água esterilizada, servindo apenas para diluir a vacina até sua concentração correta. Os adjuvantes não são encontrados em todas as vacinas, mas não passam de minúsculas quantidades de sais de alumínio, tais como fosfato de alumínio, hidróxido de alumínio ou sulfato de alumínio e potássio. É importante lembrar que já foi cientificamente comprovado que essas substâncias, na quantidade que elas são dispostas nos frascos, não causam problemas de saúde a longo prazo.

Após a aplicação da vacina, alguns animais podem apresentar reações. Na grande maioria dos casos, não é motivo de grande alarde por parte dos tutores. Letargia, febre, dor e inchaço no local da aplicação são alguns dos sintomas que podem aparecer. É importante acompanhar de perto quando outros quadros clínicos como vômitos, salivação e diarreia surgirem. Portanto, a recomendação é sempre ficar atento ao comportamento do pet e sempre buscar o médico veterinário em caso de algo que fuja do comum.

E sobre essa vermifugação? O que é isso?

A vermifugação é um processo de aplicar um vermífugo para o animal, por via oral, com o intuito de eliminar vermes. São encontrados no mercado tanto comprimidos, que o tutor pode dar ao animal em casa, quanto em formatos de suspensão/líquidos em uma seringa. Também existem os vermífugos pour on. Aplica-se através de gotas despejadas na nuca e no dorso do animal. Utiliza-se muito em animais que não aceitam as outras formas de aplicação do vermífugo.

O objetivo principal da vermifugação em animais é eliminar os parasitas intestinais que podem estar no seu pet. Esses vermes, além de serem um grave risco à saúde dos animais, também podem causar danos à família do tutor.

O cuidado deve ser feito constantemente. Nos cães, a vermifugação já deve ser aplicada entre os primeiros 15 e 30 dias de vida. Outras duas doses são aplicadas após a primeira dose, com um intervalo de 15 dias entre elas. Isso porque o desmame do cãozinho acontece por volta dos 45 dias de vida. Depois disso, mantenha contato com o médico veterinário para que ele indique as demais fases da vermifugação.

Nos gatos, o procedimento é parecido no início. No entanto, após as três primeiras doses nos primeiros dias de vida do animalzinho, a vermifugação é feita todo mês, até o sexto mês de vida. A recomendação é que sempre se mantenham as datas anotadas e que faça acompanhamento médico veterinário.

O que são esses vermes? A vacina não impede que eles infectem meu pet?

Cada vacina que seu pet recebe impede que ele contraia um tipo específico de doença, que deve ser conhecida pelo tutor e pelo médico veterinário no momento da aplicação. Os parasitas são outra forma de organismo, que se instalam em outras formas de vida, fazendo delas, assim, hospedeiras. Eles podem ser classificados em ectoparasitas, que vivem externamente ao hospedeiro, como pulgas e carrapatos. E os endoparasitas vivem internamente no hospedeiro.

Esses vermes são extremamente perigosos para a saúde do animal, pois podem trazer consigo outras formas de doenças. As pulgas, por exemplo, além de causar coceiras podem causar dermatite alérgica. Os carrapatos são responsáveis por trazerem doenças graves, tais como a babesiose (microrganismo que ataca os glóbulos vermelhos do animal) e a erliquiose (que ataca os glóbulos brancos). 

Também temos a Giárdia, que se aloja e desenvolve no sistema gastrointestinal (estômago e intestino), causando gases, diarreias e vômitos. Alerta-se para o fato de a giárdia ser uma zoonose, doenças infecciosas transmitidas entre animais e humanos. Ácaros de sarna são parasitas transmitidos a partir do contato de humanos infectados com animais, ou da mãe para os filhotes. Já os helmintos são um grupo mais numeroso de animais, tanto de vida livre, quanto de vida parasitária. Esses vermes, de vida parasitária, podem se alojar em diversos órgãos do animal, inclusive o coração, causando diversas doenças, e em casos mais graves levando o pet ao óbito.

Como vou saber se meu pet está infectado?

A médica veterinária Dra. Amanda Lopes, da Clínica Veterinária Habitat, dá algumas dicas e deixa recomendações para os tutores que não sabem como identificar exatamente o que o animal tem. A atitude mais correta a se fazer quando o tutor identifica comportamentos estranhos no pet é buscar atendimento médico veterinário. Os sinais indicativos de parasitas são variados, mas o tutor pode ficar alerta a quadros como: presença de organismos na pele do animal, coceira em excesso, cansaço, falta de apetite, vômito e diarreia.

Os sintomas citados acima são apenas alguns indicativos de que seu pet pode estar contaminado. Mas apenas a partir do exame laboratorial, feito pelo médico veterinário, vai dizer exatamente se o seu pet está infectado, inclusive apresentando o parasita exato, para que ele seja tratado da melhor forma possível.

Se ainda assim, mesmo com todas as informações acima, você tiver alguma dúvida, entre em contato com a secretaria municipal de saúde da sua cidade. Ou marque uma consulta médica com um médico veterinário de sua confiança. Informação de qualidade é o maior aliado no controle de zoonoses e também oferecer saúde e bem-estar dos animais de estimação.