UM FINAL FELIZ, PARA A TRISTE REALIDADE QUE VIVEMOS

Na manhã dessa quinta-feira, dia 06 de outubro, um dos pacientes da Clínica Veterinária Habitat, o ‘Polar’, finalmente recebeu alta e, para completar a alegria, também recebeu um lar definitivo. Sua nova tutora agora será a professora Ana Paula Freitas, que abaixo conta um pouco mais da história. Além de ganhar uma nova casa, o cãozinho, que parece ser uma mistura da raça akita inu, também ganhou um nome: Tadeu.

Do resgate até o encaminhamento para a Clínica Veterinária

O cãozinho chegou através de uma ação conjunta de moradores da comunidade do bairro Cabanas, em Mariana – MG. De acordo com os próprios moradores, foram feitas tentativas de acionar órgãos como a Guarda Municipal e o CAA (Centro de Acolhimento de Animais). Como não obtiveram respostas, eles acionaram a ONG IDDA (Instituto de Defesa dos Direitos dos Animais), que imediatamente se solidarizou com a história e foi resgatar o animal para que fosse levado a cuidados médicos veterinários.

Pelo telefone, os moradores suspeitaram que o animal havia sido atropelado, devido ao estado do cão e também pela quantidade de sangue que encontraram no local. No entanto, após passar por diversos exames laboratoriais na Clínica Habitat, foi constatado uma das maiores realidades que se acompanha diariamente no mundo animal. Tadeu era apenas mais uma vítima do abandono e do descaso humano.

Ainda de acordo com os moradores do bairro Cabanas, o cachorro era visto com frequência nos últimos dias e que parecia estar perdido. A ONG IDDA, através de suas voluntárias, tentou buscar informações sobre o possível tutor do animal, porém ninguém soube informar. Como o cão apresentava quadro clínico de descamação regional, coceira intensa, desidratação, estar muito abaixo do peso e tristeza, foi constatado que Polar já podia estar abandonado durante meses.

Ao longo da semana de tratamento e internação, Polar recebeu medicação adequada para tratar das lesões na pele, suplemento alimentar, um banho e tosa higiênica além de carinho e atenção. Em nenhum momento mostrou ser um cão agressivo e aceitou todos os cuidados que estava recebendo.

Procurando uma pessoa que pudesse dar lar temporário até uma possível adoção.

O processo para encontrar alguém que pudesse disponibilizar um lar temporário começou assim que o cão recebeu os primeiros cuidados, confirmando, assim, que suas enfermidades teriam cura. Não durou muito tempo e Ana Paula apareceu oferecendo lar temporário, mas assim que veio visitar o animal já pensou em adotá-lo de imediato.

De acordo com a professora, o único empecilho para adotar o animal era o marido, que ainda não havia concordado com a adoção. Ela conta, também, como estava pensando em comprar um animal de estimação, porém uma amiga mostrou a ela a foto de Polar, que estava precisando de adoção responsável. “Assim que vi a foto dele me apaixonei”, afirma a nova tutora do Tadeu.

No entanto, a adoção não foi logo de primeira. “Quando entrei em contato com a ONG para oferecer lar temporário, eles me falaram que haviam duas pessoas na frente que ofereceram adoção responsável. Aquilo foi como um banho de água gelada, mas eu mantive a confiança” conta. Alguns dias depois, a organização retornou o contato dizendo que as outras pessoas haviam desistido da adoção e perguntou se a professora gostaria de fazer uma visita. “Assim que eu cheguei para visitar o Tadeu eu perguntei para as veterinárias se ele era dócil e quando ele me viu ele correu para me ver, a gente se amou de primeira” Ana Paula conta emocionada.

Ela também relata que o cão demonstra comportamentos muito inteligentes: “Desde que chegou na minha casa, ele não fez xixi no chão. Ele sempre me pede, pulando em mim ou esbarrando na porta de saída, então eu o levo na rua e ele faz as necessidades”, relata de forma divertida. Tadeu segue na nova casa e Ana Paula conta como o marido, que antes era contra a adoção, já criou laços com o animal: “Meu marido está amando. O Tadeu é muito inteligente. Foi assim que ele conquistou meu marido”.

Um caso com final feliz, mas a realidade ainda é dura.

Esta história, que terminou em final feliz, pode se tornar ainda mais comum se as pessoas se conscientizassem sobre maus tratos e abandono de animais. A lei de crimes ambientais, de 1998, é um mecanismo jurídico que ajuda a punir os responsáveis por maus tratos a animais, sejam eles domésticos ou silvestres. No entanto, ainda estamos longe de terminar com casos mais graves, que levam até mesmo ao óbito dos animais.

Mas, enquanto essa realidade não muda, organizações, voluntários e profissionais da saúde (direta, ou indiretamente) seguem doando seu tempo e esforço para resgatar esses animais que precisam de ajuda. Por isso, e por outros motivos, não compre animais. Dê preferência para a adoção responsável.